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Relatório traduz o impacto das startups na economia global

Relatório traduz o impacto das startups na economia global
Robson Del Fiol
nov. 17 - 4 min de leitura
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Se a pandemia da Covid-19 foi – e continua sendo – um desafio para todos nós seres humanos, para a tecnologia foi o início de uma tempestade perfeita, estimulando uma série de transformações nas relações humanas e na forma como as coisas funcionam em geral, como eu já venho falando em alguns artigos. É isso o que também diz o relatório The Global Startup Ecosystem Report 2021, elaborado pelas Startup Genome e Global Entrepreneurship Network, que traz algumas reflexões sobre o impacto das startups na economia global como um todo. O primeiro insight é o aumento de 43% do número dos unicórnios – startups avaliadas acima de 1 bilhão de dólares – entre outubro de 2020 e junho deste ano. Já são mais de 800 unicórnios ao redor do mundo com um valor cumulativo que excede os 2,6 trilhões de dólares, isso é mais que o PIB anual do Brasil.

Por trás desses dados estão outros ainda mais encorajadores para quem acompanha o ecossistema de inovação, como o crescimento de 95% dos investimentos de venture capital em startups na primeira metade de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Mundialmente, o total desse tipo de investimento chega a 288 bilhões de dólares. Na América Latina, as fintechs lideraram os cerca de 6 bilhões de dólares investidos nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 51% em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados trazidos pela Association for Private Capital Investment in Latin America (Lavca).

Mas nada disso vem do acaso, não é verdade? Como ressalta o relatório, os ecossistemas fomentados para dar suporte ao desenvolvimento dessas empresas são fundamentais, apesar de não serem determinantes para o surgimento de unicórnios. Os governos têm papéis cruciais no estímulo aos ecossistemas. Por isso que alguns deles aceleraram os esforços durante a pandemia para proteger pequenas empresas e startups, como pontua o documento.

A União Europeia, por exemplo, propôs recentemente um conjunto de regras para encorajar startups de tecnologia em seus países membros. Em fevereiro, a Espanha revelou um plano de 10 anos cobrindo cerca de 50 medidas, desde a redução de regulações a medidas para reter talentos. Um mês depois, a Alemanha lançou um Equity Fund de 12 bilhões de dólares para investir em empresas de tecnologia inovadoras à medida que crescem. Países africanos, como o Quênia e Etiópia, aprovaram legislação para apoiar financeiramente as startups nos seus primeiros anos. Há vários outros exemplos. O Brasil recentemente aprovou a Medida Provisória 1040/21 para diminuir o tempo de abertura de empresas e facilitar a administração e também houve a aprovação do Marco Civil das Startups que ajuda muito a melhorar o nosso ambiente de negócios, mas não resolve o conhecido Custo Brasil.

Por estas e outras, infelizmente, o Brasil ficou de fora do Top 30 do ranking global de ecossistemas de startups que analisa seis critérios: performance, investimento, conectividade, alcance de mercado, conhecimento e talento. Calma! A cidade de São Paulo aparece logo após na posição 31, empatada tecnicamente com Hong Kong, Montreal e Munique. Não por acaso, pois 12 das 20 unicórnios brasileiras estão na capital paulista, que concentra a maioria dos escritórios de venture capital, aceleradoras e o ecossistema mais maduro do país. São Paulo encabeça a lista das cinco cidades com melhor performance da América Latina seguida pela Cidade do México (México), Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina) e Santiago-Valparaíso (Chile).

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A cidade do Rio de Janeiro também aparece no ranking do top 100 dos ecossistemas emergentes, apesar de estar entre as posições 81 e 90. Nosso país tem hubs de startups como Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Florianópolis, entre outras. Mas como demonstra o levantamento, ainda temos um longo caminho a percorrer.

O relatório reforça a capacidade transformadora da chamada nova economia, impulsionada por empresas que nascem para resolver um problema não tão fácil e sem garantias de que o negócio vai dar certo. Mas que por inúmeros fatores dá e prospera, gerando novas oportunidades e empregos, algo ainda mais essencial em tempos como o que vivemos.

Artigo publicado originalmente no linkedin.


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