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Camila Haiducki – A executiva atraída pela inovação

Camila Haiducki – A executiva atraída pela inovação
Andrea Bigaiski
mar. 9 - 9 min de leitura
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Muita gente tem curiosidade ou desejo, mas não sabe como se aproximar do ecossistema de startups e se tornar um investidor nesta modalidade. Prova disso é o que aconteceu com a Camila Haiducki.

Até pouco tempo, ela apenas olhava à distância e alimentava uma grande vontade de fazer parte desse ambiente de inovação e desafios. Hoje, com menos de dois anos desde que iniciou a sua formação no Investor Trek, já são duas as startups em seu portfólio.

Como foi o caminho percorrido até o primeiro deal? Quais dúvidas, medos e limitações surgiram até o momento de fazer o cheque pela primeira vez?

Essas e outras respostas estão na entrevista deste mês da coluna Investor Journey. Confira a partir de agora!

Inquietude e busca por desafios

Camila Haiducki tem uma carreira super consolidada na área de biotecnologia. Ela começou como estagiária de engenharia de processos na Novozymes, passou por outras áreas, até chegar à diretoria de Operações na mesma empresa.

Nessa trajetória, já demonstrava um forte espírito empreendedor. Recebia feedbacks de que era alguém que buscava se diferenciar e que entregava além do solicitado. “Minha carreira foi sempre pautada nisso, sentimento de dono, vontade de fazer a mais e ir com medo mesmo.”

Isso a levava na direção de novos desafios – tornar-se gestora e, depois, diretora – sempre à procura de algo diferente. 

Embora não tenha vivido a experiência do empreendedorismo com a família ou em trabalhos anteriores, sempre houve um sentimento de protagonismo. É um pouco do que a inovação pede, estar inteiro e se arriscar, porque somente assim uma transformação acontece.

Talvez por ter esse espírito inconformado, tenha sido atraída pelo ecossistema de startups. 

A aproximação com o investimento em startups

A área de inovações interessava muito. Mas Camila tinha dificuldade em ver a si mesma naquele contexto, não sabia como se inserir.

Para iniciar o processo de aproximação com o ecossistema, começou a integrar grupos de inovadores e participar de eventos, como os da Amcham. A partir desse contato, conheceu o investimento anjo e decidiu que poderia juntar um pouco de sua experiência e expertise com a nova atuação com startups. 

“Eu queria muito aprender e sair da minha zona de conforto. Se eu fosse advisor, seria de uma área que conheço muito bem - indústria, operações, biotech, coisas assim. Eu queria mais, queria aprender sobre outras techs e outras áreas, como varejo, educação, impacto.”

Então, a ideia de se tornar investidora de startups veio como resposta. O capital de risco oferece essa possibilidade: fazer parte de outros segmentos e aprender sobre eles com outros investidores especialistas nas áreas, além do aprendizado com os próprios founders.

A porta de entrada pelo Investor Trek

Após a decisão de investir, era hora de escolher como se preparar. Entre diversas alternativas, optou pela formação de JUPTER, o Investor Trek. “Existem vários caminhos para chegar até lá, mas o que me chamou a atenção no Investor Trek foi o fato de eu estar no meio de outros executivos e da formação ser feita para esse público também.”

Outra questão muito favorável foi o formato, que trazia teoria e, ao mesmo tempo, a palavra de pessoas com experiência. Isso ajudou a compreender o conteúdo e o contexto, fazendo as conexões entre todas as ideias. “Quando fui me aprofundar um pouco mais e ler alguns livros a respeito, vi que já tinha realmente adquirido muito conhecimento.”

Foram importantes os depoimentos e conselhos dos Master Venture Partners do Investor Trek durante o programa. Entre as orientações, uma das principais foi a de não investir sozinha. Para Camila, a premissa fez todo o sentido: “Ao fazer parte de um grupo, cria-se ali a estrutura de time, inclusive ao lado do pessoal de JUPTER. Aí, você começa a ter confiança de não estar sozinho.”

O Investor Trek também colocou Camila dentro de rodadas de investimento, para as quais recebeu mentoria e apoio jurídico sobre toda a parte burocrática. Com esse respaldo, ela estava segura para fazer o aporte ao lado de pessoas em quem passou a confiar e admirar. 

Negócios de impacto e a tese de investimentos

O primeiro investimento feito pela executiva foi na edtech Sirius. Ainda que a sua atuação profissional fosse em biotecnologia, o potencial de impacto que a startup poderia gerar conquistou um importante espaço na construção de sua tese. “A solução da Sirius impacta todas as áreas. Qualquer coisa relacionada à educação, principalmente corporativa, me interessa. Afinal, eu vejo todos esses gaps.”

Por sinal, a formação da tese foi uma das situações que mais gerou frio na barriga para Camila. Ela não esperava que isso fosse necessário no início, mas ouvindo os Masters dentro do Investor Trek, teve a chance de observar como cada um deles e os fundos participantes faziam os seus aportes. Ver de perto como eram as avaliações e escolhas trouxe tranquilidade, pois a fez perceber que existem várias formas de desenvolver uma tese, não necessariamente é preciso determinar um tema, mas é possível, por exemplo, decidir pela forma como vai atingir o cliente, ou priorizar modelos B2B ou B2C.

Com essa visão, assim que ficou diante de um investimento de impacto, o coração bateu mais forte. “Além de sair da minha zona de conforto, me inserir no ecossistema de inovação e estar envolvida com tanta coisa nova e boa, ideias e iniciativas bacanas, ainda ajudar a ter um mundo melhor! Eu pensei, agora ‘casou’ de vez! O impacto veio como uma salvação para minha tese naquele momento. Ele consegue abranger tudo.”

O primeiro deal de Camila, de acordo com as suas palavras “foi a oportunidade certa no momento certo e com as pessoas certas”. 

Mulheres e o investimento em startups 

Desde sempre, JUPTER tem um compromisso especial em aumentar o número de mulheres no ecossistema, incentivando fundadoras e investidoras a entrar para a comunidade. 

Por isso, perguntamos à Camila como ela vê essa questão no ambiente de investimentos e por que ainda existe uma baixa participação feminina.

Ela trouxe um ponto muito interessante, que é a questão de acesso à renda e às decisões dentro das famílias. Em sua percepção, a cultura conjugal ainda preza pela soberania da opinião masculina sobre a aplicação do dinheiro, o que leva a duas circunstâncias, em geral: mulheres que abrem mão de empreender ou partir para investimentos; mulheres que, apesar de ter o desejo, não recebem apoio ou não têm poder de decisão. Seria preciso uma quebra de paradigmas e a concepção de que sim, nem tudo tem que ser feito em conjunto com o marido. 

Camila acredita nessa necessidade de independência financeira para que cada uma possa aplicar o seu próprio dinheiro e, com isso, fomentar o trabalho de outras mulheres que estão do outro lado, empreendendo.

“Eu vejo um receio das mulheres em se tornar independentes, assumir esse risco, tomar esse tipo de decisão e investir naquilo que acreditam.”

Por outro lado, ela também considera que a mudança não acontecerá naturalmente. É necessário muito incentivo para que as mulheres ocupem esse espaço. 

Dicas para outros executivos que pensam em investir

Para executivos e c-levels que antes da leitura deste artigo não se sentiam seguros ou não sabiam por onde começar, Camila ainda trouxe algumas outras questões importantes:

Tempo de dedicação

“Acho que tem muita dúvida a respeito disso, a quantidade de tempo que é preciso dedicar. No começo, eu pensava sobre o tempo necessário para ser um investidor anjo ou fazer parte de um venture capital. No meu caso, para fazer meus investimentos, é a partir das 18 horas.”

Conflito de interesses com a atividade principal

“Uma coisa que funcionou muito para mim foi procurar investimentos fora da minha área para não gerar conflito. Talvez seja um ponto de receio: ‘será que se eu fizer isso vou levar algum conflito para a empresa onde eu estou?’”

Dedicação e paciência

“Tem que dedicar tempo, pelo menos no começo, e estudar. Você não vai chegar lá do dia para a noite. Além disso, cada deal é um conhecimento. Existe lá um investidor líder e discussões que acontecem em vários momentos, de várias formas.”

Dar o primeiro passo

“Uma vez que o deal esteja alinhado com a sua tese, que você acredite que aquela solução vai resolver um problema, que aquele founder te inspira, que confia no grupo que está com você, tem que arriscar. Se esperar 100% de certeza, vai ter que aplicar na poupança!”

 

Muito bacana, não é mesmo? A Camila Haiducki trouxe muito mais em sua entrevista, e você pode ver tudo no nosso canal. Clique aqui e aproveite para se inscrever!

 


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